As Sacerdotistas Africanas Perseguidas pela Inquisição no Brasil
No Brasil, a Inquisição perseguiu e torturou dezenas de sacerdotistas africanas durante o século XVII – especificamente entre 1618 e 1685 -, conforme relatos de documentos históricos. Estas mulheres eram conhecidas como “mães pretas”, pois eram especialistas em medicina, magia e cura, e exerciam cultos religiosos para curar doentes e prevenir e proteger a população da cidade de Salvador, na Bahia.
Enquanto os bispos católicos da época não reconheciam as práticas religiosas das “mães pretas”, elas eram muito bem-vindas na sociedade, pois a população buscava ajuda nas questões médicas e espirituais. No entanto, a Inquisição condenou essas mulheres por praticarem a religião de forma diferente daquela aceita pela Igreja Católica.
O processo de Inquisição era extremamente rigoroso. As mulheres eram presas e torturadas em cárceres e presídios. As sentenças eram severas, desde a perda de bens, à prisão perpétua e, em alguns casos, a execução da pena de morte.
Apesar da Inquisição ter sido abolida em 1821, ainda é possível encontrar vestígios da religiosidade das “mães pretas” em diversos cultos populares, como o Candomblé. E, hoje, a cultura destas mulheres é ainda mais preservada e compreendida por diversos estudiosos que se dedicam ao estudo da história e cultura africana e afro-brasileira.
A história das sacerdotistas africanas é um exemplo de resistência e força, pois mesmo diante de toda a opressão, elas se mantiveram firmes em suas crenças e costumes. É importante entendermos essa história para que possamos valorizar e reconhecer a contribuição dessas mulheres para o nosso país e para o mundo.